Em jeito de despedida


Estou a fazer as malas. Coloco cada peça de roupa muito lentamente, pois a minha concentração não se encontra nessa actividade mas sim nestes belos dias que o meu coração tem vivido bem junto do teu.
Infelizmente, por pouco que queira, vou ter mesmo de deixar, apenas por uns dias, esta linda cidade que acolhe e faz com que seja possível este nosso amor. Muitos membros desta nossa vasta geração, afirmariam que eram apenas uns dias, mas para o meu coração apaixonado e desejoso de te ver e sentir a tua presença a todos os segundos, estes dias equivalem a um tempo sem determinação possível, a momentos escuros e devastadores. Porém, é nessas alturas que as memórias da vida entram em acção e me fazem recordar tudo aquilo que já construímos e o quanto nos tornamos apaixonados e dependentes de ambos, sendo desta forma  formada a saudade saudável e amorosa.
Com isto, pego num pedacinho de papel e escrevo, em jeito de promessa, que nunca te vou deixar porque te amo verdadeiramente e, redesenhando os velhos costumes, enrolo-o e coloco-o numa garrafa transparente com a devido rolha de cortiça e lanço-a no mar da nossa praia, na qual a nossa relação deu os seus passos.
Fica onde estás meu amor, vai relembrando aquele momento especial e apaixonado que recentemente esboçamos juntos, que eu regressarei rapidamente para o teu coração acelerar e consequentemente, voltarmos ao nosso mundo mágico.
Cada momento da minha vida é vivido a pensar em ti e é verdade que o meu corpo irá estar longe da tua vista, mas o meu coração estará aí, nas tuas mãos, como já o está desde que me apercebi que uma rapariga bela e meiga me tinha conquistado o órgão vital do meu organismo, o coração.

Bonequinha de trapos, eu amo-te! 

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